Projeto Gênero e Drogas lança vídeo “A política de drogas é uma questão de mulheres”

O lançamento da campanha e vídeo-animação “A política de drogas é uma questão de mulheres” do Projeto Gênero e Drogas do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania – ITTC aconteceu na última terça-feira, dia 27, no Aparelha Luzia. O evento contou com a presença de Lúcia Sestokas e Nathália Oliveira, pesquisadoras do Projeto Gênero e Drogas.

A animação intitulada “O que a política de drogas tem a ver com mulheres?” ilustra 9 histórias de violações institucionais decorrentes da política de drogas. Os casos que vão desde violências do cárcere ao abuso de autoridade policial, mesmo fora do cárcere trazem um panorama sobre os impactos da guerra às drogas na vida das mulheres de diversas faixas etárias e perfis.

Propondo a integração das histórias apresentadas no vídeo com relatos de casos reais, o evento também propôs uma roda de conversa. A mediação ficou por conta de Bianca Santana, jornalista  e autora do livro Quando me descobri negra e a abertura foi realizada por Érica Malunguinho, fundadora do Aparelha Luzia.

A roda de conversa também contou com falas de Luciana Zafallon, da Plataforma Brasileira de Política de Drogas, Maria Angélica Comis, ex coordenadora de política de drogas da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), Dandara Gabryella, rapper e ativista, Roberta Costa, da Craco Resiste, Marina Sant’anna, do Centro de Convivência do É de Lei, Ane Sarinara,  do coletivo Luana Barbosa, Celi Cavallari, da Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos sobre Drogas (ABRAMD), Rebeca Lerer, ativista antiproibicionista, Juliana Borges, da Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas, Patrícia Torrez, do Projeto Si Yo Puedo, Ingrid Farias e Luana Malheiro, da Rede Nacional de Política de Drogas da SMDHC, Andrea Domanico, professora da Unifesp Baixada, Márcia Balades, Liga Brasileira de Lésbicas, Viviane Peña, coordenadora do Centro de Referência e Acolhimento de Imigrantes, Fernanda Sena, membra do coletivo Marana e Juliana Gonçalves, da Marcha das Mulheres Negras.

Érica Malunguinho, fundadora do Aparelha Luzia, na abertura do evento. | Foto: Ana Navarrete

Érica Malunguinho, fundadora do Aparelha Luzia, na abertura do evento. | Foto: Ana Navarrete

Abrindo a roda de conversa, Luana Malheiro traz um panorama sobre a política de drogas e a forma como o Estado trata tal questão. “Quando a gente fala da política de drogas, a gente está falando, essencialmente, de uma política que coloca o Estado em guerra contra a sua população”, afirma a ativista.

Seguida por Ingrid Farias, também da Rede Nacional de Drogas da SMDHC, a ativista reforçou a importância de um debate que abrange diversas temáticas, a fim de trazer pluralidade para a construção da discussão sobre política de drogas e gênero. Segundo Farias, é necessário propor esse debate através da transversalidade de outras questões, como a de gênero, racial, territorial e de classe social.

Gênero e outras perspectivas na política de drogas

A roda de conversa também trouxe a necessidade de criar meios para voz e autonomia à população marginalizada. Viviane Peña, migrante colombiana, falou sobre a importância de fazer os espaços de debate um meio para dar visibilidade a situação dessas pessoas, para que assim elas tenham voz para trazer suas reivindicações.

Ainda sobre a questão da marginalização Ane Sarinara trouxe relatos sobre a questão racial, refletindo sobre que tipo de atuação e cobertura midiática se vê para colocar em pauta a mulher negra e habitantes das zonas periféricas no debate da política de drogas. “Falar sobre política de drogas é ver quais os assuntos que devem estar a frente também”, ressalta Ane.

Ane também falou sobre o estereótipo e estigma que há nas pessoas negras e periféricas quanto ao uso de drogas. E encerrou o evento propondo a reflexão sobre todos os relatos e narrativas encontradas dentro da roda de conversa e no cotidiano, quem são as pessoas que se autodenominam como usuárias de drogas.

Da esquerda à direita, Luana Malheiros, Nathália Oliveira, Lúcia Sestokas e Ane Sarinara. | Foto: Ana Navarrete

Da esquerda à direita, Luana Malheiros, Nathália Oliveira, Lúcia Sestokas, Bianca Santana e Ane Sarinara. | Foto: Ana Navarrete

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jul 4, 2017 | Artigos | 2 Comentários

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