ITTC debate o perfil da mulher em situação de prisão em roda de conversa na Pastoral da Mulher Marginalizada

Evento reuniu integrantes da Pastoral da Mulher Marginalizada para debate sobre encarceramento feminino e segurança pública com a mediação de pesquisadoras do ITTC

No dia 27 de junho, o ITTC realizou uma oficina de formação sobre encarceramento feminino com a Pastoral da Mulher Marginalizada (PMM), na região da Luz. A PMM atende mulheres “em situação de prostituição”, além de atuar no enfrentamento e combate à exploração sexual e tráfico de pessoas.

A atividade ocorreu com cerca de 20 mulheres que estavam presentes na sede da PMM durante o período da tarde. Para iniciar o debate, as pesquisadoras Ágatha de Miranda e Mariana Boujikian exibiram dois vídeos produzidos pelo ITTC para debater os impactos da prisão na vida das mulheres. Com a exibição de “A política de drogas é uma questão de mulheres” e “Porque é melhor não prender Desireé” foi possível iniciar a discussão através de casos concretos e abordar qual o perfil da mulher encarcerada no Brasil. Logo após, se iniciou um debate acerca da seletividade penal e de quais mulheres são comumente criminalizadas pelo nosso sistema de justiça.

Para abordar conceitos iniciais na roda de conversa, as pesquisadoras falaram sobre como o encarceramento é um problema social complexo, parte de um sistema que trata questões de saúde pública – por exemplo, as drogas – como caso de polícia. Também procurou-se levantar a eficácia do punitivismo com questões como: a mulher que foi presa sairá de lá ressocializada como afirmam as autoridades e mais apta para conviver em sociedade? Como será sua vida após o cárcere e suas violações?

A atividade buscou construir uma reflexão sobre questionamentos diversos como “qual a saída – que não a prisão – para pessoas que cometem crimes graves?”, “o que é possível fazer para ajudar mulheres que já estão presas?”, “como fica a situação de uma mãe que dá a luz enquanto está presa?”. As integrantes do ITTC buscaram mediar a conversa de modo a desmistificar ideias punitivistas e a provocar curiosidade sobre quais saídas estão sendo pensadas para isso nos espaços que discutem e constroem ativamente a pauta do desencarceramento e justiça criminal.

A educação para cidadania e o fortalecimento do diálogo público está na missão do ITTC. A oficina de formação com a Pastoral da Mulher Marginalizada foi um importante espaço para mais mulheres se aproximarem das discussões destas pautas, como uma forma de fortalecer a presença de mulheres nos debates sobre segurança pública, sobretudo pensando na importância da educação em direitos ser um processo coletivo.

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jul 9, 2019 | Noticias | 0 Comentários

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