No dia 24 de agosto, o grupo de rap Comunidade Carcerária fez uma apresentação no Sesc 24 de Maio, como parte da campanha “Encarceramento em massa é justiça?”, uma parceria do Sesc com a Rede Justiça Criminal, da qual o ITTC faz parte.
O grupo é composto por Claudio Cruz (Kric MC), Flavio Sousa (FW) e Washington Paz (WO), que se conheceram e fundaram o grupo no, hoje extinto, complexo do Carandiru. Na ativa desde então, o grupo apresentou seu mais recente trabalho “Guerreiro da Paz”, ao lado de Emylin e DJ Wsul.
Kric também participou do último vídeo da série do ITTC “Encarceramento em massa: O que município tem a ver com isso?”, que trata de egressos do sistema prisional. Os quatro vídeos anteriores abordaram a situação de familiares de pessoas presas, as mulheres em conflito com a lei e a punição e resolução de conflitos, dividido em duas partes.
A série faz parte das ações da Agenda Municipal para Justiça Criminal, lançada pelo programa Justiça Sem Muros, do ITTC. A Agenda contém propostas para o município e recentemente serviu como base para o PL 537/2017, do vereador paulistano Eduardo Suplicy (PT), ao lado de Patricia Bezerra (PSDB), Toninho Vespoli (PSOL) e Sâmia Bomfim (PSOL).
No vídeo sobre pessoas egressas do sistema carcerário, o rapper contou um pouco a respeito das dificuldades que encontrou ao sair da penitenciária, como o forte estigma que a passagem pelo sistema prisional traz no dia-a-dia, desde tentativas de regularizar sua documentação até procurar emprego.
Para Kric, o governo, inclusive o municipal, deveria colaborar com a reentrada desta população no mercado de trabalho, e não criar mais barreiras para que isso aconteça.
Outro ponto levantado neste vídeo é o corte nos programas cultura da cidade de São Paulo no decorrer da última gestão, iniciada em 2017. O rapper, que foi oficineiro, continua hoje atuando com música, sua principal atividade na cultura.
No show do Sesc, o grupo falou sobre questões também abordadas na Agenda Municipal por Kric, e sobre o mote da campanha do Sesc, trazendo em seus discursos e em suas músicas a dura realidade que enfrentaram no Carandiru, a saudade da família e anseios para o futuro a partir da saída da prisão.