Novo relatório publicado pelo Instituto de Pesquisa em Política Criminal mostra que mais de 714 mil mulheres e meninas estão presas em todo o mundo

Mais de 714 mil mulheres e meninas estão presas em instituições penais em todo o mundo, de acordo com a quarta edição da Lista Mundial de Aprisionamento Feminino, pesquisada e compilada por Roy Walmsley e publicada pelo Instituto de Pesquisa em Política Criminal de Birkbeck, da Universidade de Londres.

O relatório da pesquisa (em inglês) pode ser acessado AQUI.

A análise indica que os níveis da população carcerária feminina cresceram mais rápido que os da população masculina desde o ano 2000, aproximadamente. Enquanto o número de mulheres e meninas nas prisões cresceu mais de 50%, a população masculina aumentou aproximadamente 20%.

Em quase todos os países do mundo, a Lista fornece informações do número total de mulheres e meninas nas prisões, a porcentagem do total da população carcerária que ela compreende e o número de mulheres e meninas aprisionadas por 100 mil habitantes. Ela inclui também informações sobre as tendências do aprisionamento feminino.

O levantamento mostra que mais de 200 mil mulheres e meninas encarceradas estão localizadas nos Estados Unidos (aproximadamente 211 mil), e mais de 100 mil na China (107.131 mais os números desconhecidos de prisões provisórias e “detenção administrativa”). Os países seguintes com maior número são a Federação Russa (48.478), o Brasil (44.700), a Tailândia (41.119), a Índia (17.834), as Filipinas (12.658), o Vietnã (11.644), a Indonésia (11.644), o México (10.832), Myanmar (9.807) e a Turquia (9.708). Em dois anos, desde que a versão prévia dessa Lista foi publicada, o número da população carcerária feminina do Brasil, Indonésia, Filipinas e Turquia aumentou consideravelmente, em contrapartida, os números caíram substancialmente no México, na Federação Russa, na Tailândia e no Vietnã.

A população de mulheres e meninas encarceradas corresponde a 7% da população prisional global. Em países africanos a proporção de mulheres, em comparação ao montante total da população carcerária, é de 3%, o menor índice de todos. Nas Américas, mulheres e meninas somam 8% do total da população carcerária (6% se excluirmos os EUA); na Ásia, 7%; na Europa, 6% (5% se excluirmos a Rússia); na Oceania, 7%. Os países com maiores proporções de mulheres presas são Hong Kong-China (21%), Laos (18%), Macau-China (15%), Qatar (15%), Kuwait (14%), Tailândia (13%), Myanmar (12%), Emirados Árabes Unidos (12%) e Sudão do Sul (11%).

Esse aumento de mais de 50% no número de prisões de mulheres e meninas desde o ano 2000 não pode ser explicado em termos de crescimento dos níveis populacionais nacionais: os números das Nações Unidas para a população mundial indicam que o aumento foi de apenas 21% aproximadamente no mesmo período.

A população feminina prisional cresceu em todos os continentes desde os anos 2000. Na África, esse aumento tem sido de alguma maneira menor do que o crescimento geral populacional do continente, e, na Europa, o crescimento do número de prisioneiras tem sido similar ao crescimento populacional geral. Em contrapartida, cresceu a população prisional feminina nas Américas, Ásia e Oceania respectivamente 3, 4 e 5 vezes o crescimento geral populacional desses continentes.

O número de mulheres e meninas na prisão cresceu consideravelmente em alguns países desde 2000, sendo eles:

  • El Salvador – agora 10 vezes o nível do ano 2000;
  • Camboja – agora mais de 6 vezes o nível do ano 2000;
  • Indonésia – agora mais de 6 vezes o nível do ano 2000;
  • Guatemala – agora 5 vezes o nível do ano 2001;
  • Brasil – agora 4,5 vezes o nível do ano 2000.

A comparação com o último levantamento disponibilizado dois anos atrás sugere que a população prisional feminina mundial deve continuar crescendo a uma velocidade superior à população masculina. Dois anos atrás, o crescimento a partir dos anos 2000 foi de 50% para mulheres encarceradas e 18% para homens; os números correspondem agora a 53% e 20%, respectivamente.


Foto: Dora Martins

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dez 5, 2017 | Noticias | 0 Comentários

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