Sete artistas da América Latina que falam sobre direitos humanos e diversidade cultural

Criar e ocupar espaços que possibilitem o diálogo sobre os mecanismos em que operam as violações de direitos, a desigualdade social e de gênero é um dos meios de gerar a reflexão sobre as mudanças necessárias.

A cultura desde sempre age como facilitadora para a integração e a interação entre os mais diversos povos. Por todo o mundo, apesar da predominância de costumes e pensamentos que valorizam a cultura europeia, muitas e muitos artistas têm se destacado por uma produção cultural que apresenta caráter, além de estético, engajado.

A América Latina, com sua multiplicidade de culturas e costumes, também é cenário de vulnerabilidades, tanto no contexto social como no político. Fomentando o respeito à diversidade cultural e o acesso às realidades múltiplas que compõem a região, o ITTC criou uma playlist com artistas que trazem em sua produção um reflexo da realidade que vivem, ajudando a ampliar as vozes de suas populações.

  1. Calle 13

O trio composto por Ileana Cabra Joglar, Eduardo José Cabra Martínez e René Pérez Joglar é originário de Porto Rico. Formado em 2004, possui um estilo que permeia rap alternativo, reggaeton e pop latino. Suas composições falam sobre questões como a migração, a pobreza dos países latino-americanos e a ausência de políticas inclusivas. “Latinoamérica” é uma parceira da banda com a cantora brasileira Maria Rita, a colombiana Totó La Momposina e a peruana Susana Baca.

Calle 13 – Latinoamérica

  1. Actitud Maria Marta

O quinteto de hip-hop argentino formado só por mulheres começou com Malena D’Alessio e Alycia Dal Monte. Com influências musicais e culturais que vão desde a produção latino-americana até as jamaicanas, as músicas unem o som desses lugares com a uma visão crítica. Desde a sua formação inicial, as artistas se comprometem com demandas sociais e organizações ligadas aos direitos humanos.

Em parceria com o grupo mexicano Los Abajo, Malena D’Alessio traz “Actitud Calle”, sobre pessoas que vivem em situações de vulnerabilidade. Retratando a dificuldade de acesso a serviços básicos e a inexistência de políticas que olhem para essas pessoas, a canção faz um paralelo com os “ninguéns” de Eduardo Galeano.

Los Abajo & Malena D’Alessio – Actitud Calle

  1. Ana Tijoux

Ana Tijoux, também conhecida como Anita Tijoux, começou sua carreira no grupo de hip-hop Mazika. Filha de exilados chilenos durante a ditadura de Pinochet, Ana viveu a infância na França e só conheceu o Chile na adolescência. Desde que iniciou sua carreira no hip-hop, a cantora tem experimentado diversas influências musicais em parcerias como a que fez com Julieta Venegas, cantora mexicana, e Shadia Mansour, cantora britânica descendente de palestinos. Suas composições abordam temas como feminismo, justiça social, exploração de povos indígenas e ambientalismo.

An1a Tijoux – Somos Sur (participação Shadia Mansour)

  1. Los Kjarkas

Los Kjarkas é um grupo de música folclórica formado nos anos 1970 por artistas bolivianos. O nome do grupo vem da palavra quéchua Kharka, que significa “medo ou temor”, mas foi escolhido pelos integrantes do grupo em referência ao instrumento Kjarka, palavra que também significa “áspero, sem tunning”. As composições de Los Kjarkas trazem letras em quéchua, língua de povos indígenas da Bolívia, Chile, Equador e Peru, e também em espanhol. As apresentações são marcadas pelas vestimentas típicas indígenas, além de instrumentos próprios dessa cultura, levando a todas e todos a importância da preservação das culturas indígenas presentes na América Latina.

Los Kjarkas – Munasquechay (Mi buen amor)

  1. Lila Downs

Lila Downs é uma cantora mexicana que compõe em diversos idiomas, mas principalmente em espanhol. Lila traz um forte apelo para a preservação da diversidade cultural presente em seu país e em outros da América Latina. Em suas canções são representados costumes e traços da cultura mexicana e também suas raízes folclóricas.

Lila Downs – Que nadie sepa mi sufrir (participação Niña Pastori e Soledad)

  1. ChocQuib Town

Mesclando a musicalidade folclórica da Colômbia, o rock, o funk e o rap, ChocQuib Town traz letras que mostram, com visão crítica, a realidade da população colombiana – e também da latino-americana –, o contraste entre a alegria, as belezas naturais e toda a pobreza e exploração que há em diferentes regiões do país.

ChocQuib Town – Nuqui (Te quiero para mi)

  1. Orishas

O grupo de hip-hop cubano formado no final dos anos 1990 levou para Cuba músicas repletas de referências à cultura negra e foi um dos primeiros a abordar questões de identidade racial no país. Orishas também é um dos primeiros grupos de hip-hop de Cuba a alcançar renome internacional. Suas composições também remetem a estilos cubanos tradicionais, como a salsa e a rumba.

Orishas – Hay un son

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jul 20, 2017 | Noticias | 0 Comentários

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