Encontro Nacional pelo Desencarceramento reúne movimentos sociais para debate sobre políticas prisionais do país

Em sua segunda edição, o evento discutiu das propostas da Agenda Nacional pelo Desencarceramento

O II Encontro Nacional pelo Desencarceramento aconteceu nos dias 28 e 29 de outubro, na Faculdade de Olinda. O evento abordou as propostas da Agenda Nacional pelo Desencarceramento, com o objetivo de elaborar ações acerca do tema para 2018. Movimentos e organizações como o ITTC, Mães de Maio, Amparar, Mães do Cárcere, Reaja, Movimento Negro Unificado, IDDD, Justiça Global e Conectas participaram da discussão.

A abertura do evento aconteceu na manhã de sábado, dia 28 de outubro. A organização estima que cerca de 140 pessoas de diversos estados participaram do encontro. Um dos principais temas debatidos foi o genocídio negro. Monique Cruz, pesquisadora da Justiça Global, abriu o evento com a apresentação do processo de construção da Agenda, iniciado em 2013. A pesquisadora ressaltou que é necessário discutir a desigualdade no país, considerando o processo histórico do racismo para operar mudanças no sistema prisional. Em seguida, a pesquisadora leu as 10 propostas da Agenda para impulsionar o desencarceramento no Brasil.

O primeiro dia de evento também contou com microfone aberto para as pessoas presentes compartilharem experiências e relatos sobre o tema, intervenção artística do Slam das Minas e também uma encenação de teatro do oprimido.

Os relatos foram protagonizados por familiares de pessoas presas e vítimas de violência policial. Em um deles, Vera Lúcia, integrante das Mães de Maio, falou sobre o genocídio e as justificativas racistas para o extermínio. “Morreu, você é ladrão”, exemplificou Vera ao falar a frase utilizada por policiais.

As atividades também contaram com discussões em grupo para propor ações para 2018 baseadas na Agenda Nacional pelo Desencarceramento. Propostas como a retirada da pena de multa, ações para tornar a ação penal pública condicionada, articulações em rádios comunitárias e atividades em escolas integraram os debates.

Monique Cruz encerrou o encontro com a leitura dos encaminhamentos e propostas de ação criadas nos grupos encerrou o encontro. Mariana Lins, pesquisadora do ITTC, representou a instituição no encontro e ressaltou a importância da participação dos movimentos sociais. “As falas foram protagonizadas pelas organizações de familiares de pessoas presas, o que achei muito positivo no sentido de criar um espaço fértil de trocas e fortalecimento dessas articulações, afirma Mariana.

Compartilhe

nov 10, 2017 | Noticias | 0 Comentários

Posts relacionados